sábado, 29 de setembro de 2012

Te Odeio, Te Amo


PRÓLOGO 
Fora o melhor verão de que Helen conseguia se lembrar. Caminhando pelo pátio, com o sol batendo em seus ombros nus, ela pensou no quanto tinha sido perfeito. Dias ensolarados, longos e cheios de indolência, mais próprios do sul da França do que do oeste da Inglaterra. Desde que voltara da escola para casa, seis semanas atrás, acordara todas as manhãs para um céu azul e um ar orvalhado, com uma névoa brilhante elevando-se dos campos que rodeavam o Castelo Howarth. 
Castelo Howarth. Helen sorriu. A casa de campo de sua avó e seu lar, também, desde que seus pais tinham morrido afogados velejando, quando era pouco mais que um bebé. Não era realmente um castelo, só uma mansão estendendo-se em várias direções de forma bastante irregular, grande demais para uma velha senhora e os poucos criados que ela ainda empregava. 
Quando era mais criança, Helen achava impossível imaginar um lugar melhor do que aquele, um verdadeiro labirinto de quartos e passagens estreitas, ideal para brincar de esconde-esconde e outros jogos, e.para gastar energia nas tardes chuvosas de inverno. Ela até andava de bicicleta pelos corredores tortuosos, perdendo-se na sucessão de halls e galerias que rodeavam a sala de música, as salas de estar e o fantástico salão de baile de paredes cobertas de espelhos, onde Nan costumava dançar, na época em que fora apresentada à sociedade. 
”Naturalmente, já superei essas coisas”, Helen refletiu com indolência, pegando uma palha e colocando-a entre os dentes. Estava grande demais para esses jogos infantis, embora, de tempos em tempos, ainda fosse assaltada pela tentação de escorregar pelo corrimão das escadas. Mas, aos quinze anos, tomara consciência de si mesma como uma jovem mulher, e outros interesses prendiam sua atenção. 
”Rafe Fleming, por exemplo”, reconheceu sonhadoramente, com os cantos da boca generosa elevando-se num sorriso inconscientemente sensual. Nunca pensara que pudesse um dia ”gostar” dele, quanto mais procurar-lhe a companhia nas mínimas oportunidades. O que servia para provar que crescera afinal. Podia enfrentá-lo 
de igual para igual, agora. Não era mais a ”pobre menina rica”, que ele adorava atormentar. Devia ter mais ou menos quatro anos, quando vira Rafe Fleming pela primeira vez.

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Te Odeio, Te Amo


PRÓLOGO 
Fora o melhor verão de que Helen conseguia se lembrar. Caminhando pelo pátio, com o sol batendo em seus ombros nus, ela pensou no quanto tinha sido perfeito. Dias ensolarados, longos e cheios de indolência, mais próprios do sul da França do que do oeste da Inglaterra. Desde que voltara da escola para casa, seis semanas atrás, acordara todas as manhãs para um céu azul e um ar orvalhado, com uma névoa brilhante elevando-se dos campos que rodeavam o Castelo Howarth. 
Castelo Howarth. Helen sorriu. A casa de campo de sua avó e seu lar, também, desde que seus pais tinham morrido afogados velejando, quando era pouco mais que um bebé. Não era realmente um castelo, só uma mansão estendendo-se em várias direções de forma bastante irregular, grande demais para uma velha senhora e os poucos criados que ela ainda empregava. 
Quando era mais criança, Helen achava impossível imaginar um lugar melhor do que aquele, um verdadeiro labirinto de quartos e passagens estreitas, ideal para brincar de esconde-esconde e outros jogos, e.para gastar energia nas tardes chuvosas de inverno. Ela até andava de bicicleta pelos corredores tortuosos, perdendo-se na sucessão de halls e galerias que rodeavam a sala de música, as salas de estar e o fantástico salão de baile de paredes cobertas de espelhos, onde Nan costumava dançar, na época em que fora apresentada à sociedade. 
”Naturalmente, já superei essas coisas”, Helen refletiu com indolência, pegando uma palha e colocando-a entre os dentes. Estava grande demais para esses jogos infantis, embora, de tempos em tempos, ainda fosse assaltada pela tentação de escorregar pelo corrimão das escadas. Mas, aos quinze anos, tomara consciência de si mesma como uma jovem mulher, e outros interesses prendiam sua atenção. 
”Rafe Fleming, por exemplo”, reconheceu sonhadoramente, com os cantos da boca generosa elevando-se num sorriso inconscientemente sensual. Nunca pensara que pudesse um dia ”gostar” dele, quanto mais procurar-lhe a companhia nas mínimas oportunidades. O que servia para provar que crescera afinal. Podia enfrentá-lo 
de igual para igual, agora. Não era mais a ”pobre menina rica”, que ele adorava atormentar. Devia ter mais ou menos quatro anos, quando vira Rafe Fleming pela primeira vez.

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